
Os beija-flores zumbiam nas corolas das angélicas do mato, as pombas amargosas comiam sementes, a juriti arrulhava e os nhambus piavam à tarde.
O curiango assustava de noitinha voejando no meio dos caminhos de terra, o saci chamava a companheira na beira do rio, enquanto que os canarinhos da terra andavam em bando; os pássaros-pretos anunciavam o anoitecer, os guaches faziam ninhos nas folhas da macaubeiras. As maritacas atacavam os milharais, periquitos faziam ninho nas casas abandonadas do joão-de-barro, coleirinhas e bigodinhos comiam sementes de capim no brejo e o avinhado cantava bonito; as corujas agouravam nos mourões das porteiras assombradas das encruzilhadas.
As tardes caiam lentas no final da tarde quando voltávamos para casa ainda ouvindo o cantar dos passarinhos inocentes que nunca fizeram mal a ninguém.
Juvenil de Souza é caçador de sonhos e quimeras.
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