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Nomes dos passarinhos

O joão-bobo ficava parado nos galhos das laranjeiras e não fugia. O sabiá também era manso, assim como as rolinhas e os sanhaços que entravam dentro dos mamões e deixavam só a casca. Bem-tevis eram ariscos e viviam nos altos dos galhos bem vendo a vida lá das alturas. Os gaviões voejavam no céu azul, ticoticos ficavam nos arbustos baixos, os tejos nos postes de iluminação imitavam os outros passarinhos. Anus pretos catavam carrapatos nas costas das vacas, anus brancos voavam na beira dos córregos, a batuíra ficava nos brejos catando peixinhos e o martim-pescador de todas as cores mergulhava fundo e voltava sempre com um peixe no bico.
Os beija-flores zumbiam nas corolas das angélicas do mato, as pombas amargosas comiam sementes, a juriti arrulhava e os nhambus piavam à tarde.
O curiango assustava de noitinha voejando no meio dos caminhos de terra, o saci chamava a companheira na beira do rio, enquanto que os canarinhos da terra andavam em bando; os pássaros-pretos anunciavam o anoitecer, os guaches faziam ninhos nas folhas da macaubeiras. As maritacas atacavam os milharais, periquitos faziam ninho nas casas abandonadas do joão-de-barro, coleirinhas e bigodinhos comiam sementes de capim no brejo e o avinhado cantava bonito; as corujas agouravam nos mourões das porteiras assombradas das encruzilhadas.
As tardes caiam lentas no final da tarde quando voltávamos para casa ainda ouvindo o cantar dos passarinhos inocentes que nunca fizeram mal a ninguém.

Juvenil de Souza é caçador de sonhos e quimeras.

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