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Finados, mais uma vez

O Finados se repete a cada ano que passa e a cada ano vemos que estamos mais perto de nossa última morada, por mais que não queiramos fazer companhia aos saudosos que partiram. Os velhos e assustadores ciprestes permanecem silvando eternamente ao vento no ar quente neste final de primavera desejando boas vindas. As quaresmeiras acenam com suas flores de várias cores, fazendo sombra nos túmulos lúgubres e sinistros. Raras e pobres flores de plástico, sem vida e sem brilho, recolhidas dos finados passados por uma alma caridosa enfeitam as covas rasas onde repousam desconhecidos esquecidos das próprias famílias.
Nem um “aqui jaz”, apenas uma plaqueta oval e enferrujada com um número quase apagado. Noutros, a pompa e imponência de mármores, vasos de bronze, puxadores de latão, poemas, nomes e datas escritos num livro de pedra com lembrança eternas da família desconsolada.
O sol bate a pino em todas as sepulturas, há um murmúrio das pessoas caminhando entre as aléias, encontros de velhos amigos, “como vai, etc””.
Melancolicamente constatamos que ali, um dia, finalmente, teremos a nossa eterna morada.

Juvenil de Souza espera demorar
mais um século para chegar lá.


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