English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Frenesi

De repente, o encontro desavisado com aqueles olhos verdes, sorriso limpo e aveludado, um tremor nas mãos atrapalhadas. “Como vai ?, sem graça.
Na loja de discos antigos da esquina um cantor chora músicas de amor -“Besame com frenesi”, e naquele breve momento voltamos ao velho clube de assoalho de madeira, confetis desbotados grudados na parede teimando em resistir, restos de serpentina caindo do teto assopradas por um ventilador sem forças.
Cuba Libre no copo, dançando bolero de mãos coladas, corpos queimando colados, perfume antigo de lança-perfume no ar, beijos de bala Pipper ardente na boca, juramos amor eterno. No rápido instante de mãos trêmulas numa rua da cidade grande e impessoal, sem beijos e sem bala Pipper, olho no olho, o frenesi voltou e se foi rapidamente. “Até logo, outro dia...“. Cada um para o seu lado.
Foi naquela aglomeração sem fim que percebemos que a vida é um encontro furtivo com o frenesi das paixões sem fim da juventude. Que um dia volta, assim de repente, sem aviso.

Juvenil de Souza,
dicionarista amador explica
- frenesi é inexplicável.


Próxima crônica
Página Inicial