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Domingos, frango, cinema e namoros.

Comíamos frango somente no domingo, um dia que demorava a passar. Íamos para a matinha da Santa Rita, estação do trem, chácara do Chico Alemão pegar goiabas, chupar cana nos canaviais do Conde, catar gabiroba quando era tempo, caçar passarinhos com estilingue, pescar nas represas proibidas. Às vezes, tinha circo na cidade ou vinha o circo de cavalinhos, com sua atraente roda gigante com luzes de todas as cores, o dang, perigoso e que deixava a gente tonto, tonto, a barraca de argola onde a tentavamos pegar maços de cigarros, o tiro ao alvo com espingardas de ar comprimido cujas balas nunca acertavam o alvo. E de noite ia ao cinema.
E a menina guardava um lugar na cadeira de vime, quando as mãos chegavam a se entrelaçar de leve, o filme preto e branco cada vez mais distante. As aventuras emocionavam a platéia entusiasmada com a briga do mocinho com o bandido e nós ali, silenciosos, lado a lado, sonhando de olhos abertos, braços encostando, pelo com pelo e, finalmente, face com face, ofegantes de desejo mal contido até o filme acabar e esperar outro domingo que nunca chegou.

Juvenil de Souza ainda vai jogar
na loteria e ganhar muito dinheiro
para viver numa ilha deserta.


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